O que é a doença renal

A saúde renal é fundamental para o bem-estar geral, logo a falência renal pode levar a complicações graves, tornando a manutenção dos rins uma prioridade.

Qual a função dos rins?

Os rins são órgãos vitais que desempenham funções cruciais no nosso corpo, tais como1,2:

  • Filtram o sangue: removem resíduos e excesso de líquidos, produzindo urina;

  • Regulam a pressão arterial: controlam a quantidade de água e sódio que é excretada na urina, ajustando o volume sanguíneo, o que influencia a pressão arterial;

  • Equilibram os eletrólitos: sais e minerais, como cálcio, fósforo, sódio e potássio, que circulam no sangue;

  • Produzem hormonas essenciais: renina (para regular a pressão arterial), a eritropoietina (para estimular a produção de glóbulos vermelhos e a sua falta leva a anemia) e o calcitriol (a forma ativa da vitamina D, importante para o metabolismo do cálcio e saúde óssea).

Cada um dos seus rins é constituído por um milhão de pequenos filtros chamados nefrónios2.

É no rim que é filtrado aquilo que o corpo não necessita (excesso de água, sais e toxinas) e excretado em forma de urina. O corpo recolhe de volta para o sangue aquilo que necessita (glicose, água e sais)2.

Se os rins não fizerem o seu trabalho há acumulação de toxinas e excesso de água que se acumulam no corpo2.

A saúde renal é fundamental para o bem-estar geral, logo a falência renal pode levar a complicações graves, tornando a manutenção dos rins uma prioridade.

Doença Renal Aguda ou Crónica? Compreenda as diferenças

A falência renal pode ser classificada em duas condições:

  • Lesão Renal Aguda (LRA): Diminuição súbita da função renal que geralmente é temporária e raramente exige tratamento a longo prazo. Também pode ser definida por Insuficiência Renal Aguda (IRA)3.

  • Doença Renal Crónica (DRC): Deterioração gradual da função renal ao longo dos anos1. Caracteriza-se por alterações na estrutura ou função dos rins, que persistem por pelo menos três meses 4.

A DRC representa um importante desafio de saúde pública, tanto em Portugal como a nível mundial. Estima-se que a sua prevalência entre a população adulta portuguesa seja de 9,8%, ou seja, 1 em cada 10 pessoas pode ter esta doença 5.

Ao contrário da LRA, a DRC caracteriza-se pela ausência de regeneração do tecido renal (parênquima renal), levando à perda irreversível de nefrónios.

Fatores de Risco para DRC

Os doentes com LRA recente e com os fatores de risco seguintes têm maior probabilidade de desenvolver DRC. É necessária uma colaboração entre profissionais de saúde e doentes para retardar o desenvolvimento da DRC.

Os fatores de risco mais comuns para DRC são4:

Sintomas Comuns da DRC

A DRC geralmente progride de forma silenciosa. Podem surgir alguns sinais inespecíficos como hipertensão ou edema, mas pode não dar qualquer sinal ou sintoma até ao estádio mais avançado da doença renal. O cansaço ou outros sintomas chamados “urémicos” surgem habitualmente apenas na fase final da doença. À medida que a função renal se deteriora, estes sintomas tornam-se mais intensos4.

A doença renal é uma “doença silenciosa”. Os sintomas mais graves podem manifestar-se quando já se perdeu cerca de 90% da função renal4. Preste atenção aos primeiros sintomas.

Por ser, na maioria das vezes, assintomática, a DRC geralmente é identificada por meio de ações de rastreio em população de maior risco. As pessoas de grupos de risco devem realizar avaliações preventivas4. No caso de pertencer aos grupos de risco faça, regularmente, rastreios.

Alguns sintomas que podem surgir e a que deve estar atento:

  • Pressão arterial elevada

    Na maioria dos casos não existe qualquer sinal; nalguns casos pode haver tonturas ou dor de cabeça.

  • Edemas (inchaço)

    Dos pés, tornozelos, pernas ou pálpebras.

  • Falta de ar

    Falta de ar, sobretudo quando deitado, pode significar acumulação de líquidos nos pulmões.

  • Perda de apetite

  • Sintomas gastrointestinais

  • Perturbações na capacidade intelectual

  • Comichão (prurido) na pele

A DRC aumenta o risco de complicações cardiovasculares como doenças cardíacas ou cerebrais e de mortalidade precoce. Se tiver fatores de risco faça, de forma regular, rastreios da doença renal.

1 National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. (2017). What is chronic kidney disease? https://www.niddk.nih.gov/health-information/kidney-disease/chronic-kidney-disease-ckd/what-is-chronic-kidney-disease;

2 Preminger, G. M. (2022). Rins. In Manual MSD versão saúde para a família. Manual MSD. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/distúrbios-renais-e-urinários/biologia-dos-rins-e-do-trato-urinário/rins;

3 Associação Portuguesa de Insuficientes Renais. (n.d.). Tratamento. https://www.apir.org.pt/tratamento/;

4 Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD Work Group. (2024). KDIGO 2024 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease (CKD). Kidney International, 105(Suppl. 1), A1;

5 Malheiro, J. et al. (2025). Diagnosis of chronic kidney disease in adults in Portugal: Practical recommendations from national clinical and laboratory experts. Acta Médica Portuguesa, 38(2), 119–124. https://doi.org/10.20344/amp.22557;


BIAL/SET25/PT/...

Data de preparação: setembro 2025

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